Uma pesquisa científica realizada pela Unifeob em 2006 já apontava os benefícios da membrana amniótica no tratamento de queimaduras, técnica que acaba de ser aprovada pelo SUS e ganhou destaque no Jornal Nacional.
Em um momento histórico para a saúde pública brasileira, o Sistema Único de Saúde (SUS) aprovou recentemente o uso da membrana amniótica como curativo para o tratamento de queimaduras. A novidade, destacada em reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo no último dia 31 de maio, representa um grande avanço no tratamento de pacientes queimados. O que poucos sabem, no entanto, é que pesquisadores da Unifeob já haviam demonstrado a eficácia dessa técnica há quase 14 anos.
Entre 2006 e 2008, a Unifeob desenvolveu um projeto pioneiro de iniciação científica, financiado pela FAPESP, que analisava diferentes tratamentos alternativos para queimaduras em ratos, incluindo o uso da membrana amniótica. O estudo, coordenado pela professora Ana Flávia de Carvalho, contou com a participação da então estudante de Enfermagem Alícia Greyce Turatti Pessolato e de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores.
Os resultados desse trabalho foram publicados em 2011 no prestigioso periódico internacional “Burns” com o título “Propolis and amnion reepithelialise second-degree burns in rats” (Própolis e âmnio reepitelizam queimaduras de segundo grau em ratos). O artigo científico, que já foi citado mais de 50 vezes por outros estudos, demonstrou que a membrana amniótica possuía propriedades cicatrizantes excepcionais e auxiliava significativamente na recuperação de tecidos lesionados por queimaduras.
Antecipando o futuro da medicina regenerativa
A pesquisa realizada pela Unifeob há mais de uma década contribuiu com evidências pré-clínicas importantes que ajudaram a embasar a recente decisão da CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
A membrana amniótica, camada fina da placenta que envolve o feto durante a gravidez, normalmente seria descartada após o parto. No entanto, o estudo da Unifeob identificou suas propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias e antimicrobianas, além de sua capacidade de reduzir a dor e prevenir infecções em queimaduras.
De acordo com a reportagem do Jornal Nacional, o curativo biológico feito com a membrana amniótica pode durar até 14 dias, mais tempo que os curativos convencionais, e possui propriedades que aceleram a cicatrização. Na reportagem, especialistas destacaram que a prevenção de infecções é um grande benefício, considerando que esta é uma das principais causas de mortalidade em pacientes queimados.
Da pesquisa acadêmica à política pública
A trajetória da pesquisa realizada na Unifeob até a recente aprovação pelo SUS demonstra a importância do investimento contínuo em pesquisa científica e o papel fundamental das instituições de ensino superior na produção de conhecimentos com impacto direto na saúde pública.
O Departamento de Pesquisa da Unifeob mantém seu compromisso com o desenvolvimento científico que vai além da formação profissional, contribuindo para soluções inovadoras em saúde e outros campos do conhecimento.
Um tratamento revolucionário
Com mais de um milhão de casos de queimaduras que necessitam de atendimento anualmente no Brasil, a incorporação da membrana amniótica como tratamento no SUS promete transformar o cuidado oferecido a estes pacientes. A técnica, utilizada em vários países há décadas, só era autorizada no Brasil para pesquisa. Agora, com a regulamentação que deve ser finalizada no próximo semestre, o tratamento estará disponível em hospitais de todo o país, beneficiando especialmente pacientes com queimaduras graves.
Essa aprovação representa não apenas uma vitória para os pacientes, mas também um reconhecimento do valor da pesquisa científica brasileira, da qual a Unifeob tem orgulho de fazer parte com suas contribuições pioneiras.
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