Os estudantes do curso lançaram duas tabelas periódicas explicativas, no Campus Mantiqueira, para que as pessoas possam compreender as diversas formas de aplicações de cada componente químico. A ação faz parte da comemoração dos 150 anos da sua criação.
Uma delas está instalada no corredor principal do Prédio D e outra no corredor principal do Prédio B, ao lado do Laboratório de Química.
Em 2017, a ONU proclamou 2019 como o Ano Internacional da Tabela Periódica, com o objetivo de “aumentar a sua consciência global e a educação em ciências básicas”, conforme declarado em comunicado oficial.
Sobre a Tabela Periódica
A tabela periódica está presente nas paredes de quase todos os laboratórios de química das instituições de ensino básico e superior. Sua criação foi feita por Dimitri Mendeleev, um químico russo que, em 1869, escreveu os elementos conhecidos (dos quais haviam 63 na época) em cartões e os organizou em colunas e linhas de acordo com suas propriedades químicas e físicas. É importante dizer que a tabela periódica não começou com ele, pois muitos já tinham trabalhado na organização dos elementos anteriormente; como John Dalton, que décadas antes tentou criar uma tabela, assim como alguns símbolos para os elementos; John Newlands também criou uma tabela classificando os elementos por suas propriedades. A novidade da criação de Mendeleev estava no que ele deixou de fora de sua tabela. Ele reconheceu que certos elementos ainda não haviam sido descobertos. Então, onde outros publicaram o que era conhecido, ele deixou espaço para o desconhecido. Ele previu com exatidão as propriedades dos elementos que faltavam.
Percebe que existem alguns pontos de interrogação na tabela (foto)? Ao lado de Al (alumínio), por exemplo, há espaço para um metal desconhecido. O químico russo previu que teria uma massa atômica de 68, uma densidade de 6g/cm³ e um ponto de fusão muito baixo. Seis anos depois, Paul Émile Lecoq de Boisbaudran isolou o gálio e introduziu na abertura uma massa atômica de 69,7, uma densidade de 5,9g/cm³ e um ponto de fusão tão baixo que se torna líquido na mão. Mendeleev fez o mesmo para escândio, germânio e tecnécio (que só foi descoberto em 1937, trinta anos após sua morte).
À primeira vista, a tabela dele não se parece muito com a que estamos acostumados. Mas, por um lado, a moderna tem vários elementos que foram ignorados, principalmente os gases nobres (como hélio, néon, argônio). A orientação da tabela também foi feita de maneira diferente da versão atual, com elementos que estão juntos em colunas dispostas por linhas.
Ao organizar de forma clara as informações importantes e facilitar a criação de relações, a Tabela Periódica de Mendeleev contribuiu para os avanços científicos do século 20. E segue contribuindo.
De acordo com a Profª. Daniele Tonon, a tabela periódica tem importância em diferentes áreas do conhecimento, pois sua organização permite conhecer as propriedades físicas e químicas dos componentes de cada família e ajuda na produção e no desenvolvimento de tecnologia. “O que seria da Química Orgânica, se não pudéssemos compreender todas as interações que o carbono pode fazer com alguns elementos da tabela? E a Bioquímica? Seria praticamente impossível compreender a complexidade de suas biomoléculas e as transformações que elas podem sofrer no corpo humano. A Química Inorgânica desvendando os paradigmas e explorando as propriedades que os elementos químicos podem oferecer. Enfim, é humanamente impossível imaginar a Química sem a tabela periódica dos elementos e vice-e-versa”, afirma.