Acontece na Unifeob

Estudante de Poços de Caldas tem trabalho desenvolvido na UNIFEOB aprovado pela UFSCar

Aluno do Curso de História encontrou artefatos arqueológicos milenares em formato de flechas

 

Rodrigo de Sousa Ferreira, estudante do 6º Módulo de Licenciatura em História da UNIFEOB, acaba de receber uma excelente notícia. Um trabalho de iniciação científica desenvolvido dentro do Centro Universitário sanjoanense foi aprovado pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar.

Desde 2015, quando ingressou no curso, Rodrigo trabalha nesse projeto de iniciação científica com pedras em formatos diferentes, que coletou nas margens da Represa de Furnas, no município de Areado – MG.

O material descoberto pelo universitário é uma raridade. São pedras em formatos de flechas, em material lítico lascado e machados em material polido. Tudo isso, segundo ele, teria sido feito por indígenas e remonta há mais de 7 mil anos, ou seja, antes de Cristo.

O estudante explica que tudo começou com seu pai, que é pescador em Areado e encontrava e coletava as pedras nas margens da represa.

Ao mudar-se para Poços de Caldas com a família, Rodrigo interessou-se pelo Curso de História da UNIFEOB e passou a estudar no Centro Universitário. “Logo no primeiro ano me interessei por aquelas pedras, fui buscar saber e descobri que eram flechas de índios”, conta.

Sobre a origem desses materiais, o estudante explica que em 1898 foi feita a Ferrovia Cruzeiro-Tuiuti (depois Juréia), que passava por Areado. “Ela funcionou até 1964 e foi desativada para ser construída a Represa de Furnas. Cobriu tudo e, com a alta e baixa da Represa, a água ia batendo nos barracos e peneirando. Foi então que meu pai encontrou essas pontas de flechas. Como elas tinham uma morfologia diferente e ele resolveu coletá-las”, revela.

Já cursando História na UNIFEOB, Rodrigo conheceu o professor Alexandre Robazzini, com quem aprendeu mais sobre a riqueza do material que tinha.

Com a orientação do professor Alexandre, Rodrigo descobriu que as pontas de flecha poderiam ter uma antiguidade superior a sete milênios. E as pedras de raio eram machados de pedra polida, de povos agricultores, que produziam cerâmica e que habitaram as regiões do sul de Minas Gerais e norte de São Paulo, em datas que variam entre os séculos X e XVII.

“Aconselhado pelo professor Alexandre Robazzini, decidi contatar o Museu Arqueológico do Carste do Alto São Francisco (MAC), para doar toda a coleção que reuni. Foram alguns meses de conversa, que culminaram no traslado do material. Agora, as peças são parte da reserva técnica do museu”, comenta Rodrigo, que descobriu o sítio arqueológico Harmonia e Movimento, nomeado pelo arqueólogo Gilmar Henrique, do MAC.

Após isso, Rodrigo decidiu inscrever-se para a iniciação científica e foi aprovado pela UNIFEOB. Em 2015 e 2016, o estudante foi para Areado com especialistas e fizeram todo o trabalho de campo. Em março deste ano, Rodrigo foi para o MAC e, durante 5 dias, realizou o trabalho de laboratório, levantando qual o tipo de material das pedras, a medida e formato de cada uma. “Fizemos uma tabela com todo o material que vou catalogar, escrever e entregar na UNIFEOB”, diz.

No total, Rodrigo encontrou 133 pontas de flechas, de material lítico lascado. E mais alguns machados de material polido.

Com todo esse material em mãos, o estudante da UNIFEOB se inscreveu na iniciação científica da UFSCar e, na última sexta-feira (22), foi informado que seu projeto foi aprovado pela Universidade Federal. “É um momento de muita alegria”, ressalta Rodrigo.

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