O mês de maio é marcado pela Luta Antimanicomial, um movimento importante para a defesa de tratamentos justos e dignos para pessoas com problemas de saúde mental, que defende a valorização do fator humano e a importância da dignidade.
O responsável pelo início da origem da reforma do sistema de saúde mental foi o psiquiatra Franco Basaglia. Nascido em Veneza, durante os anos 60 foi o diretor do Hospital Psiquiátrico de Gorizia, onde presenciou diversos abusos no tratamento de problemas mentais.
Por esse motivo, Basaglia resolveu fazer mudanças nas práticas no tratamento dos pacientes. Esse movimento ficou conhecido como “negação à psiquiatria”, responsável por dar origem à luta antimanicomial.
Franco percebeu que a internação em manicômios e o isolamento só agravavam ainda mais a condição dos pacientes. Em razão disso, seria preciso mudar totalmente a estrutura psiquiátrica que até então era conhecida. Assim, o tratamento manicomial deveria ser através de atendimentos terapêuticos, que poderiam ser realizados em centros de convivências, comunitários ou até em ambulatórios.
No último dia 15 de maio, o curso de Psicologia abraçou uma causa pelo sexto ano consecutivo e em um evento marcante, estudantes, professores e profissionais se uniram para dar voz a uma questão crucial para a saúde mental e a dignidade humana.
A luta antimanicomial é mais do que uma atividade para o curso; é um compromisso diário com a comunidade e uma lembrança vívida de que ainda há batalhas a serem travadas. Embora os tratamentos desumanos do passado tenham sido superados, permanece a necessidade de vigilância contra qualquer forma de discriminação e estigma em relação aos transtornos mentais.
O evento não apenas sensibilizou os participantes sobre a história sombria dos hospitais psiquiátricos, mas também destacou o papel vital da Psicologia na promoção da saúde mental e na defesa dos Direitos Humanos. Com atividades que envolveram diferentes sentidos e emoções, os participantes foram guiados por uma jornada de reflexão, compaixão e esperança.
Os depoimentos dos estudantes ecoam a importância e o impacto dessa experiência. Para Clara Maria de Barros, a participação no evento foi uma fonte de inspiração que reafirmou sua escolha pela Psicologia. Vitória Araújo de Grande relembra como a experiência a conectou ainda mais com a essência da profissão que escolheu abraçar.
Victor Ziani de Abreu descreve a poderosa imersão sensorial que proporcionou uma reflexão profunda sobre as injustiças do passado e a esperança para um futuro mais humano. Emily Montana Polvero destaca como a sensibilização alcançou até mesmo aqueles fora da universidade, gerando diálogos e reflexões além dos muros da instituição.
Cecilia Noronha Carioca elogia a cuidadosa concepção da sala sensorial, que equilibrou o impacto da realidade com a esperança das possibilidades terapêuticas atuais.
Essa jornada pela Luta Antimanicomial não é apenas uma atividade educacional; é um compromisso com a dignidade humana, um chamado à inclusão e uma lembrança de que, juntos, podemos construir um futuro mais compassivo e justo para todos.